Monday, March 26, 2007

Desabafo

Ontem tentei ser teu amigo. Perguntei-te como estavas e se precisavas de ajuda. Disseste que sim na maior parte do tempo. Mandei cumprimentos aos teus pais, meus e do miúdo - sei que ele mandaria, na inegável pureza e ingenuidade que o consome mais do que devia - e tu mal ligaste. Até já me excluiste dos teus delírios rasurados. Substituiste-me pelo novo e pelo velho. Não faz mal. Eu tentei. E é por isso que me sinto cada vez mais longe de ti. Mais... Transparente. Magoa-me quando me dizes que a I. é a tua melhor amiga. Mas não demonstro. Não posso. Isso faz-te feliz. Por isso, como teu melhor amigo (embora tu não o saibas), isso faz-me feliz a mim. Não posso é manter-me durante muito tempo aqui. Sabes que com a chegada do meu irmão tudo irá mudar. Vamos para os hospitais, tu para a Cova de onde nunca vais sair, eu para o Monte (ou Montanha, minha querida Cidade-Neve, meu Fiel e Farto Forte). Vou mudar de poiso. E tu sabes que é inevitável. É por isso que voas para longe do teu irmão? Que procuras uma irmã? Para a separação não doer tanto? Deus sabe que já tentei isso... Então porque voltas na Primavera? Às prestações, para não voltares de vez e partires a seguir? Tu nunca foste assim... Se queres cortar, corta! Mas de uma vez. Assim só dói o agora. Se não dói o até lá. Mas talvez tu não te apercebas... Acorda! Já está na hora de te levantares. Aqui tens o te aviso!: Não tens que justificar nada, não és minha namorada, dizes. Mas sou teu irmão. Ou era.

Não vás para longe...


Oh...


Vai. Precisas de ir. Mas vai de vez! E não te atrevas a voltar!


Custa mais perder-te outra vez...